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sexta-feira, 28 de maio de 2010

"O MENININHO"



Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno. Ela era uma grande escola. Mas, quando o menininho descobriu que podia ir à sua sala, caminhando, através da porta, ele ficou feliz. E a escola não parecia mais tão grande quanto antes.
Uma manhã, quando o menininho estava na Escola, a professora disse:
Hoje nós iremos fazer um desenho.
Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos, trens; e ele pegou sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse:
Esperem! Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
Agora - disse a professor - nós iremos desenhar flores.
Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar com seu lápis cor de rosa, laranja e azul. Mas a professora disse: - Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com caule verde.
Assim - disse a professora. Agora vocês podem começar.
Então ele olhou para a sua flor. Ele gostava mais de sua flor, mas não podia dizer isto. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual à da professora. Ela era vermelha com caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula, ao ar livre, a professora disse:
Hoje nós vamos fazer alguma coisa com barro.
Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro.
Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro: elefante, camundongos, carros e caminhões. Ele começou a juntar e amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:
Esperem! Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse:
Esperem! Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. - Assim - disse a professora. - agora vocês podem começar.
O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para o seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que o da professora. Mas não podia dizer isso. Ele amassou o seu barro numa grande bola novamente, e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outra cidade, e o menininho tinha que ir para outra escola. E no primeiro dia ele estava lá. A professora disse:
Hoje nós faremos um desenho. Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse. Ela apenas andava na sala. Veio até ele e falou: - Você não quer desenhar? - Como posso fazê-lo perguntou o menininho.
Da maneira que você gostar, disse a professora. - De que cor? Perguntou o menininho. - Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o que? E qual o desenho de cada um?
Eu não sei disse o menininho.
E ELE COMEÇOU A DESENHAR UMA FLOR VERMELHA
COM CAULE VERDE.

A Ilha dos Sentimentos


Era uma vez uma ilha onde moravam todos os sentimentos ... A Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria e todos os outros sentimentos, por fim, o Amor ...
Um dia avisaram aos moradores que aquela ilha iria afundar.
Todos se apressaram para sair dali, pegaram seus barquinhos e partiram.
Mas o Amor ficou, pois queria contemplar um pouco mais aquela ilha, antes que afundasse..
Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda.
Nisso, vinha a Riqueza e ele disse:
- Riqueza, por favor, leva-me com você?
- Não posso levá-lo, Amor. Você está todo molhado e poderia sujar meu barquinho!
Então, ao ver o próximo barquinho, o Amor pediu ajuda:
- Tristeza, por favor, deixe-me ir com você?
- Ah Amor! Estou tão triste, tão triste que prefiro ir sozinha ...
Nisso, passou a Alegria, que de tão alegre nem ouviu o Amor chamar por ele.
Desesperado, o Amor começou a chorar, imaginando afundar ali sozinho junto com a ilha. Foi quando uma voz suave lhe chamou:
- Amor, não precisa chorar, eu levo você! - era a voz de um velhinho..
O Amor ficou tão feliz pela ajuda que até esqueceu de perguntar o nome daquele bondoso velhinho.
Chegando ao outro lado da margem, já salvo, o Amor resolve pergunta à Sabedoria:
- Quem era aquele velhinho que trouxe-me até aqui?
- Aquele velhinho é o Tempo, respondeu a Sabedoria.
- Mas por que só o Tempo me trouxe até aqui? - indagou o Amor.
E ela respondeu:
- Porque só o Tempo é capaz de entender e ajudar um grande Amor ...

Flor vermelha de caule verde


“A infância tem as suas próprias maneiras de ver, pensar e sentir; não há nada mais insensato que pretender substitui- -las pelas nossas”.
Rosseau
Gostaria de compartilhar uma história que li num blogue duma professora espanhola e que seguramente nos fará pensar sobre o nosso papel como educadores.
"Era uma vez um menino bem pequenino que foi para a escola pela primeira vez. A escola era bem grande e isso deixava-o um pouco inseguro. Uma manhã a sua professora disse: - Hoje vamos fazer um desenho. O menino gostava muito de desenhar e podia fazer todo o tipo de desenhos, leões, tigres, galinhas e vacas, comboios e barcos. Pegou então na sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse: - Esperem! Não comecem ainda. E o menino esperou até que todos estivessem preparados. - Agora, disse a professora, vamos desenhar flores. Que bom, pensou o menino, pois gostava muito de desenhar flores, com o lápis vermelho, laranja e azul. Mas a professora disse: - Esperem. Vou mostrar-vos como se faz, e desenhou uma flor no quadro. Era uma flor vermelha com caule verde. - Agora sim, disse a professora, podem começar. O menino olhou para a flor da professora e para a sua. Para ele a sua era mais bonita do que a da professora. No entanto não disse nada, simplesmente guardou o seu papel e fez uma flor como a da professora: vermelha com caule verde. No outro dia a professora disse: - Hoje vamos trabalhar com plasticina. Que bom, pensou o menino, pois podia fazer todo o tipo de coisas com a plasticina: serpentes, bonecos de neve, elefantes, carros e camiões. Começou a apertar e a amassar a bola de plasticina. Mas a professora disse: - Esperem não está na hora de começar! E ele esperou até que todos estivessem preparados. – Agora, disse a professora, vamos fazer serpentes. Que bom pensou o menino, pois gostava muito de fazer serpentes e começou a fazer serpentes de diferentes tamanhos e formas. Mas a professora disse: - Esperem, vou mostrar-vos como se faz uma serpente bem larga. Agora podem começar. O menino olhou para a serpente da professora e para a sua e ele gostava mais da sua, no entanto não disse nada, simplesmente amassou a plasticina numa grande bola, e fez uma grande serpente como a da professora. Assim o menino aprendeu a esperar, a observar e a fazer as coisas como a sua professora. Sucedeu que o menino e a sua família tiveram que se mudar para outra cidade, e o menino teve que frequentar outra escola. Essa escola era muito maior que a primeira. Justamente no primeiro dia em que foi à escola a professora disse: - Hoje vamos fazer um desenho. Que bom, pensou o menino, e esperou que a professora desse as instruções. Mas ela não disse nada, apenas circulava pela sala. Quando se aproximou do menino disse: - Então não queres desenhar? - Sim, disse o menino, – mas o que vamos fazer? – Não sei, disse a professora, basta que faças um desenho. - E como o farei? Perguntou o menino. - Da maneira que quiseres, disse a professora. - De qualquer cor? Perguntou ele. - De qualquer cor, disse a professora, se todos usassem as mesmas cores e fizessem os mesmos desenhos não teria muito interesse. - Eu não sei, disse o menino, e começou a fazer uma flor vermelha de caule verde".Esta história fez-me pensar e reflectir na importância da nossa tarefa como educadores. Se deixarmos morrer a criatividade dos nossos alunos estaremos a formar adultos inseguros e dependentes.
Deolinda Estêvão

A Vaquinha



Um mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita... Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar: sem calçamento, casa de madeira, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas... Então se aproximou do senhor, aparentemente o pai daquela família, e perguntou: "Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?" E o senhor calmamente respondeu: "Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros alimentícios e a outra parte nós produzimos queijo e coalhada para o nosso consumo e assim vamos sobrevivendo."
O sábio agradeceu pela informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou: "Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali à frente e empurre-a, jogue-a lá embaixo." O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.
Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos, até que, um belo dia, ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar àquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los. E assim o fez. Quando se aproximava do local, avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado, imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo e, chegando lá, foi logo recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos. O caseiro respondeu: "Continuam morando aqui." Espantado, o discípulo entrou correndo na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha): "Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida?" E o senhor, entusiasmado, respondeu: "Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante, tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que podíamos, assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora!"
Esta é uma história apenas ilustrativa, é claro que ninguém deve sair por aí empurrando a vaquinha dos outros, o sentido conotativo desta história diz que todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina. Nós devemos expandir nossas habilidades e conhecimentos, estarmos sempre aprendendo coisas novas e se desenvolvendo para que um dia, se esta "vaquinha" cair num precipício, você tenha tantas outras vaquinhas, que a perda não lhe fará diferença.

O velho, o menino e o burro


Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade.Como iria retornar andando, chamou seu neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.
Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos; " Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal !".
Resolveram então que o menino desceria, e o velho permaneceria montado. Prosseguiram...
Mais na frente tinha uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar; " Que absurdo ! Explorando a pobre criança, podendo deixá-la em cima do animal."
Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posições, ou seja, o menino montou e o velho desceu.
Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calçada externaram seu espanto com o que presenciaram; "Que menino preguiçoso ! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha !"
Diante disto, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro.
Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena; " São mesmo uns idiotas ! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte !"
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir.
Então ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas !!!
Além de divertida, esta fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional para as críticas, pois estas acontecerão sempre, independente da maneira em que procurarmos agir.

A águia e as galinhas



"Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas. Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dando a mesma comida jogada nochão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse.
Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:- Isto não é uma galinha, é uma águia!
O camponês retrucou: - Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!O naturalista disse: - Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa..
Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse: - Voa, você é uma águia, assuma sua natureza !- Mas a águia não voou, e o camponês disse: - Eu não falei que ela agora era uma galinha !
O naturalista disse: - Amanhã, veremos...
No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha.O naturalista levantou a águia e disse: - Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és...A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no inicio, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Então ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul."Criam as pessoas como se galinhas fossem, porém, elas são águias. Por isso, todos podemos voar, se quisermos.Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar.Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja. Pois com uma mentalidade de galinha fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo.Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com medo, nunca!Autor: James AggreyEsta história pode ser vista no livro de Leonardo Boff, com o mesmo título: A águia e a galinha.
O Lagarto de Esmeralda

Irmão Pedro viveu na Guatemala há muitos séculos, mas o bem que ele fez vive ainda hoje na história do seu trabalho.Era pobre e continuou pobre a vida inteira, pois dava tudo o que tinha aos necessitados. Transformou a própria casa, pequena e humilde, num lugar de tratamento para os doentes. Dizem que à noite percorria as ruas tocando um sininho para lembrar às pessoas de agradecer a Deus e compartilhar asgraças recebidas.
Certo dia Irmão Pedro estava indo para a cidade e encontrou um homem muito pobre sentado à beira da estrada. Ao ver Irmão Pedro, o homem enxugou disfarçadamente uma lágrima.
- Por que está tão aflito, amigo? - perguntou Pedro, percebendo o desespero do outro.
- Estou com problemas sérios - disse o homem. - Minha mulher está doente e precisa de remédios. Meus filhos estão passando fome, mas não tenho dinheiro e não encontro trabalho. Não sei o que fazer.
Irmão Pedro olhou para o rosto sofrido e desejou ajudar. Mas suas roupas também estavam muito surradas, sua despensa também estava vazia e seu bolso mais ainda. Não tinha nada para dar. Levantou os olhos, procurando uma solução. O calor do sol se espalhou pela face bondosa.
- Meu Deus - disse ele -, me ajude a ajudar esse homem.
Ouviram um barulhinho; um lagarto verde surgiu de trás de uma pedra e pulou na estrada. Irmão Pedro pegou o lagarto pela cauda, com um sorriso, pôs o bichinho na mão do companheiro. O pobre homem olhou espantado para Irmão Pedro. Então abriu a mão e ficou muito mais espantado.O lagarto tinha ficado duro e mais pesado, mas continuava verde. O homem examinou com atenção e viu o milagre. A criatura viva tinha se transformadonum lagarto de pura esmeralda.
- Venda o lagarto - disse Irmão Pedro - e compre os remédios para sua mulher e comida para seus filhos. Se sobrar dinheiro, ainda pode ajudar alguém que precise.
O homem ficou muito grato e obedeceu. Correu a um joalheiro e vendeu a rara esmeralda por muito dinheiro. Com os remédios e a comida, sua familia tornou a ficar forte e saudável. Os anos se passaram. O homem trabalhou muito. Seus filhos cresceram, prosperaram e se tornaram ricos fazendeiros. A fortuna da família continuava a crescer sempre, mas eles levavam uma vida discreta e sensata. Cuidavam dos pais idosos e davam boa parte da fortuna para ajudar os pobres.
Chegou um dia em que o pai, já bem velho, voltou à joalheria onde vendera o lagarto milagroso.Comprou a jóia de volta e foi visitar Irmão Pedro. O bom velhinho estava mais pobre, suas roupas mais surradas e seus cabelos mais brancos. Mas orosto enrugado era só bondade. - Lembra de mim, padre? - perguntou o visitante.
Irmão Pedro olhou atentamente o estranho, procurando na memória. - Encontrei-o na estrada, muitos anos atrás. Minha mulher estava doente, meus filhos passavam fome. Irmão Pedro balançou a cabeça. Era a história de tantos!
- O senhor me deu um lagarto de esmeralda e me disse para vendê-lo. A face do Irmão Pedro se iluminou. - Claro,claro. E como estão as coisas? Como está sua mulher? E seus filhos?
- Estão bem - respondeu o homem.
- Vim devolver sua esmeralda. Trouxe riqueza e prosperidade à minha família. O senhor passou a vida a serviço de outros. Tome a esmeralda, e descanse. Pode vendê-la, como fiz, e ter uma vida mais confortável. Tirou o lagarto do bolso e colocou na mâo do velhinho. Irmão Pedro sorriu e pôs a jóia no chão. Imediatamente o lagarto criou vida e desapareceu debaixo de uma pedra.

Autor desconhecido
Bem vindo ao Japão do século XIII, esta casinha situada no sopé do Monte Minobu a 30 quilômetros a oeste do Monte Fuji foi o lugar que escolheu para retiro, o homem mais respeitável que já viveu neste mundo, o Buda Original Nitiren Daishonin.
Obedecendo a tradição de uma antiga máxima chinesa que diz "Se um sábio adverte o seu soberano por três vezes e ainda não é considerado, deve partir do país", Nitiren se retirou ao Monte Minobu em 12 de maio de 1274.
Apesar de ter passado por toda a sorte de dificuldades como escassez de alimentos e roupas e sofrer com longos invernos, Nitiren Daishonin pôde ler muito e estudar as escrituras budistas e não budistas. Nos oito anos em que viveu no Monte Minobu, escreveu volumosas teses e centenas de cartas encorajando e treinando seus discípulos.
Nestas maravilhosas cartas, ele se utiliza muitas vezes de parábolas do Sutra de Lótus e de outras tantas colhidas das escrituras que estudava para ensinar a seus discípulos; método que o próprio Buda Sakyamuni costumava utilizar para se fazer compreender até pelos mais humildes e ignorantes.
"A beleza das parábolas budistas está na lição de vida e sabedoria que se escondem nas suas entrelinhas, conseguir captar e utilizar estas verdades em sua vida diária, certamente você será uma pessoa plenamente feliz."

sábado, 15 de maio de 2010

O PODER DA LEITURA

Nada pode enriquecer mais nossa vida do que um livro.
Por David McCullough.

Um dia, em pleno inverno, Theodore Roosevelt subiu em um barco improvisado, no Rio Little Missouri, em perseguição a ladrões que haviam roubado seu precioso barco a remo.
Vários dias depois, alcançou-os e os ameaçou com sua Winchester, rendendo-os. Roosevelt então tratou de levar os ladrões para entregá-los à Justiça.
Percorreram as terras ermas e cobertas de neve até a cadeia da cidade de Dickinson, e Roosevelt caminhou os cerca de 65 quilômetros - façanha espantosa. O que torna o episódio memorável, porém, é que durante essa jornada ele conseguiu ler Anna Karenina, de Tolstoi.
Penso nisso muitas vezes quando ouço alguém dizer que não tem tempo para ler. Estima-se que o brasileiro tenha em média quatro horas por dia para assistir à TV. Dizem que a pessoa comum lê à velocidade de 250 palavras por minuto. Assim, segundo essas estatísticas, poderíamos ler em uma semana os poemas completos de T.S. Eliot, duas peças de Thornton Wilder, os poemas completos de Maya Angelou, O Som e a fúria, de Faulkner, O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, e o Livro dos Salmos.
Mas uma semana é muito tempo pelos padrões de hoje, quando as informações podem ser obtidas ao toque de um dedo. QUEREM NOS CONVENCER DE QUE INFORMAÇÃO É APRENDIZAGEM, E ISSO É CONVERSA FIADA. Saber a superfície de um estado ou a capacidade do salto de uma pulga pode ser útil, mas não é aprendizado em si. O maior caminho para a aprendizagem - para a sabedoria, a aventura, o prazer, a compreensão da natureza humana, de nós mesmos, do mundo e de nosso lugar dentro dele - está na leitura de livros.
Leia sempre, a vida toda. Nunca inventaram nada que nos desse tanta substância, recompensas tão infinitas pelo tempo dedicado, quanto um bom livro. Leia à vontade. Deixe que um livro conduza a outro. Isso quase sempre acontece.
Escolha um grande escritor e leia toda sua obra. Leia sobre lugares onde nunca esteve. Leia os livros que mudaram a História: de seu país ou do mundo (como a autobiografia de Frederick Douglass e Primavera silenciosa, de Rachel Carson).
Leia os livros que sabe que devia Ter lido, mas que imagina enfadonhos.
Um clássico pode ser definido como um livro que é publicado por muito tempo quando é excepcional. Pôr que excluir o excepcional de sua experiência de vida? E quando ler um livro que lhe agrade - uma história que tenha ampliado sua experiência de vida, que tenha "acendido a chama" -, então espalhe isso aos quatro ventos.
Levar um livro aonde quer que vá é um conselho bom e antigo. O presidente americano John Adams aconselhou o filho John Quincy a ter sempre consigo um livro de poesias. " Você nunca estará só", explicou, tendo no bolso um poeta."

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